RIO BRANCO

“Fizemos uma temporada terrível, pra ser esquecida”, dispara presidente do Rio Branco FC

“Fizemos uma temporada terrível, pra ser esquecida”, dispara presidente do Rio Branco FC

Em entrevista ao ge, Valdemar Neto solta o verbo, não poupa atletas, cita dificuldades financeiras e má condição do gramado do Florestão para ano de resultados ruins do Estrelão

Rio Branco, AC - Um ano para ser esquecido. É o que considera o presidente do Rio Branco FC, Valdemar Neto, ao avaliar a temporada 2024 do clube no futebol em entrevista ao ge. O Estrelão teve quatro competições no calendário profissional, mas não obteve sucesso em nenhuma delas.

Foi eliminado na primeira fase da Copa do Brasil, caiu nas oitavas de final da Copa Verde, terminou o Campeonato Acreano na quarta posição (sem vaga nas competições nacionais de 2025) e acabou eliminado na primeira fase do Campeonato Brasileiro Série D.

– Começamos o ano empatando com o CRB. Tivemos a oportunidade de ganhar o jogo no final, não ganhamos, ficamos fora da Copa do Brasil. Aí veio o estadual e o mesmo o time que empatou com o CRB, que jogou bem, é o mesmo que ficou em quarto lugar. Não desmerecendo o estadual, mas não serve parâmetro para nada, para as competições nacionais de nada. Então, para mim foi decepcionante. Tivemos chances de, primeiro, garantir a vaga das competições nacionais, pelo menos em segundo lugar. Tivemos duas chances e tivemos, no mínimo, mais duas chances de fechar o campeonato. Era ganhar o jogo e o campeonato terminava ali. E, todas as vezes, o Rio Branco perdeu – disse o dirigente.

Valdemar Neto cita ainda que algumas situações extracampo impactaram no desempenho da equipe nas competições.

– No tempo que estou aqui foi o primeiro ano que vi muita confusão no elenco, desunião, jogador querendo até brigar entre si, não se dando bem. Jogador com extracampo terrível. Tive que mandar embora 13 jogadores, vários por indisciplina. É complicado porque elenco tem que dar liga. Trouxe um treinador também que não deu liga, que não encaixou. Tive que jogar o estadual porque não dava pra mudar porque o treinador que chegasse tinha que ter um tempo pra se adaptar ao elenco – afirmou.

valdemar

Ele explicou que após o estadual fez mudanças no elenco na tentativa de melhorar a equipe, mas não teve retorno positivo.

– Com a perda do estadual da maneira como foi perdido, os três últimos jogos terríveis, eu não podia continuar com um elenco perdedor pra uma competição nacional. A imprensa elegeu os melhores do campeonato (Acreano) e o Rio Branco trouxe esses melhores do campeonato pra formar com o elenco que já estava. Piorou foi o elenco. Não deu liga e a coisa não andou.

O mandatário alvirrubro fez considerações sobre a falta de apoio lembrando que rivais da Série D estão em momento superior contando com altos investimentos.

– Por outro lado não fizemos nenhum investimento na Série D porque tem que fazer uma avaliação do teu grupo (da competição). Do grupo aqui da região, a menor folha salarial é a do Acre. Você está brigando com folha de R$ 400 mil, de estrutura pesadíssima. Como é que tu vai brigar? Como é que tu vai ter bons resultados, classificação e tudo se teu elenco é muito inferior aos dos outros clubes financeiramente falando? – indagou.

E ressaltou que o Rio Branco FC ainda sofre com dívidas deixadas por gestões anteriores, consequentemente, ficando distante da realidade financeira de clubes que brigam diretamente na Série D como os do Amazonas.

– O Rio Branco ainda está sendo muito prejudicado por coisas que aconteceram no passado. A gente começou o ano com o dinheiro da Copa do Brasil já bloqueado R$ 76 mil e durante o ano ainda houve mais três bloqueios na conta do clube pra pagamento de dívidas trabalhistas, coisas que têm que honrar. Fora isso tem dívidas ainda parceladas, tem muita coisa extracampo que temos que levar em consideração. Não tem dinheiro pra fazer investimento. A camisa do Rio Branco tá toda branca, não tem patrocínio. O patrocínio é permuta. Não tem como fazer. O investimento lá fora tá grande. Sabe quando a gente vai brigar contra esses caras? Acabou, não dá mais. Amazonas já engoliu o Acre. Se não tiver uma ajuda do governo, do poder público, não tem como. Porque da iniciativa privada não vai – declarou.

– Fizemos uma temporada terrível, pra ser esquecida. Não ganhamos nada. Nem o sub-20, que era favorito pra ganhar, estava invicto até a última partida, não ganhou. É o futebol, infelizmente é isso aí. O que ficou é conta pra pagar e assim vai. O que ficou de bom foi a venda do Kikinha pra Portugal e espero que torne real e que o Rio Branco consiga um dinheiro com isso – completou.

Para finalizar, Valdemar Neto demonstrou insatisfação com o Florestão, único estádio do Acre com condições de receber jogos oficiais. Por conta da carga de jogos em sequência e da frequência de chuvas no primeiro semestre, o gramado fica bem prejudicado.

– A gente não quer falar, mas não tem condições de jogar num campo daquele (do Florestão). Humaitá e Rio Branco fizeram os maiores investimentos. Não dá pra jogar num campo daqueles porque a motivação dos clubes pequenos é jogar contra o Rio Branco. Sabe quando o Rio Branco vai ter mais força de vontade pra jogar num lamaçal daqueles? Nunca! Porque é um time mais técnico, com maior investimento e os caras (adversários) estão procurando lugar ao sol, estão querendo participar de uma Série D e pra isso tem que jogar bem o estadual. Uma força de vontade fora do normal quando é pra jogar contra a gente e isso já vem de muito tempo. O campo tinha que estar seco, tinha que estar bom pra poder fazer um bom futebol – finalizou.

Image
Image
logo ga nova22