Ex-América-MG teve grave lesão e fez apenas dois jogos em título alemão, mas comemora permanência de treinador espanhol: “Vou poder aprender mais com ele e quem sabe jogar mais”
Rio de Janeiro - O Bayer Leverkusen vive a melhor temporada de sua história. Ainda invicta, a equipe acaba de conquistar o título inédito da Bundesliga e segue viva na Copa da Alemanha e na Liga Europa. Apesar disso, o lateral Arthur, ex-América-MG, único brasileiro do elenco, revelou ao ge ter tido uma grande prova de resiliência.
— Eu acho que é uma temporada de resiliência. Eu cheguei com boas expectativas. Pude jogar e fazer alguns jogos e logo veio essa lesão. Quando recuperei, tive outra lesão e tive que operar. Foram sete meses de espera. E podendo acompanhar o time de perto e ver esse crescimento incrível. Querer estar por perto... Agora que estou de volta é uma sensação muito boa de que valeu a pena todo esse esforço.
Apesar do interesse de clubes como Bayern de Munique e Liverpool, o técnico Xabi Alonso anunciou recentemente que permanece no Leverkusen para a próxima temporada. Arthur comemora a decisão do comandante, que consegue campanha histórica aos 42 anos, em seu primeiro trabalho como técnico profissional.
— Fiquei muito feliz pela notícia. Ele chegou para a gente e comentou (que ficaria). Ele tem feito um trabalho incrível desde o primeiro ano dele aqui. A confiança que ele tem na gente nos deixa mais leves para rendermos o nosso melhor. Na temporada seguinte, vamos disputar a Champions League e nada mais justo do que ele estar ali com a gente.
“Muito feliz porque vou poder aprender mais com ele e quem sabe jogar mais”.
O Bayer Leverkusen nunca havia sido campeão da Bundesliga e não conquistava um título oficial desde a Copa da Alemanha de 1992/93. A equipe ainda persegue o bicampeonato da Liga Europa, que venceu em 1988, com o antigo nome de Copa da Uefa. Arthur revela o sentimento de entrar para a história do clube.
— Está todo mundo muito feliz e eufórico com isso. É algo inédito. Tem sido uma campanha histórica. Temos que manter o pé no chão. Mas esse sonho se torna real e, a cada dia que passa a gente tem mais noção do que isso representa para a instituição Bayer Leverkusen e para as nossas carreiras.
Xabi Alonso é um dos grandes nomes do momento no futebol europeu. Comandante do Leverkusen na histórica temporada, o espanhol implementou um estilo de jogo de posse de bola e muito domínio de seus adversários, sendo imbatível na temporada aqui. Arthur contou detalhes do trabalho do técnico espanhol.
— Ele é um cara muito ativo, tem muita energia, participa muito dos treinos. Nos dá feedback do que podemos melhorar e fazer em tal situação. Isso tudo agrega para que nós possamos ter essa temporada mágica. Pelo fato de ele ter sido um grande jogador, ser jovem ainda e participar dos nossos treinos, ajuda muito. Ele mostra exatamente o que quer que a gente faça. E sabe da nossa capacidade. E tudo dá certo — revelou o lateral.
Experiência na Seleção
O lateral-direito do Leverkusen viveu, no ano passado, a experiência de vestir a camisa da seleção brasileira. Convocado em março de 2023 por Ramon Menezes, Arthur conta como foi representar o Brasil com a amarelinha.
— Foi muito louco. Foi num momento em que a minha vida estava virando do avesso. Foi a minha primeira vez. Estar ali com jogadores que eu acompanhava desde pequeno, que jogo no vídeogame, demorou para processar isso. Eu pensava: “Vinicius Junior está aqui, o Casemiro...”, foi uma sensação muito louca e eu vou guardar isso para o resto da minha vida.
“É um foco participar de uma Copa do Mundo. Estar ali no ciclo, vivenciar tudo isso e representar o nosso país. Vou trabalhar para isso e espero ter outras oportunidades”.
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Projeção da próxima temporada
— Eu projeto que possa ser uma temporada melhor que essa, obviamente. Vou treinar e trabalhar para que eu possa ter mais oportunidades. Aproveitar minha versatilidade de jogar tanto na direita, quanto na esquerda. Aprimorar minhas qualidades e, caso não seja titular, que eu possa aproveitar minhas oportunidades.
Segredo para destaque ofensivo dos alas no Leverkusen
— Ele (Xabi Alonso) fala assim: “Vai com Deus”. “Só vai”. Ele dá bastante liberdade para que a gente possa subir, possa atacar. Claro, que tem o controle de quando um for o outro segurar. Mas ele deixa muito livre. Porque é um ponto forte nosso e temos que aproveitar. Ele soube montar isso direitinho e temos aproveitado.
Diferenças do futebol brasileiro para o Europeu
— Intensidade do jogo. É muito mais intenso. Antes de a bola chegar você já tem que saber o que vai fazer. No Brasil isso também acontece, mas aqui é mais evidente. Tem que estar preparado a todo momento para reagir rápido. O clima também interfere bastante. Acho que a questão física. Todos os jogadores aqui são intensos e fortes. Isso é uma diferença para o futebol brasileiro.