Timão eliminou o Estudiantes nos pênaltis, após muito sufoco na Copa Sul-Americana
São Paulo - A relação do Corinthians com o sofrimento nunca foi tão íntima quanto em La Plata, entre uma e outra bola na trave do Estudiantes. E outra. E mais uma bola na trave. E outras duas nas cobranças de pênalti. O Timão sobreviveu aos sustos e se classificou na Copa Sul-Americana, mas precisa correr menos riscos se quiser ser campeão.
Foram 30 finalizações do Estudiantes e um domínio que começou no primeiro minuto. O gol de Mauro Méndez após a desatenção geral da defesa corintiana foi a primeira cena de um filme que o corintiano já tinha visto duas vezes neste ano: primeiro na versão épica, contra o Newell’s Old Boys, depois como drama no Morumbi.
O maior problema foi um camisa 10 canhoto, baixinho e habilidoso que por 90 minutos lembrou muito aquele outro argentino. Benjamín Rollheiser deu um baile na marcação e só parou mesmo na trave. E em Cássio, claro, porque nos pênaltis o roteiro tradicional se repetiu: o melhor jogador da partida perdeu a cobrança.
A classificação nos pênaltis deixa barato uma das piores atuações da equipe em 2023, com Renato Augusto totalmente isolado no primeiro tempo. A zaga inédita com Gil e Lucas Veríssimo funcionou relativamente bem, mas a insistência na dupla de volantes (desta vez Gabriel Moscardo e Maycon) mais uma vez deu errado.
O futebol do Estudiantes, as escolhas de Luxemburgo e as circunstâncias obrigaram o Corinthians a apenas se defender na Argentina, mas nem isso conseguiu, tanto que Cássio teve que fazer dez defesas no tempo normal.
Ainda assim, Luxemburgo saiu dizendo que “a estratégia deu certo”. Se tivesse dado errado, defende, o Corinthians teria sido eliminado. Também brincou que a classificação contou até com a ajuda “de Deus e da trave”.
Os jogadores divergiram. Por um lado Fábio Santos admitiu que “o que dava era levar aos pênaltis”; por outro, Matías Rojas disse que “nunca sofreu tanto em um jogo” e que não está contente com o desempenho. Herói da noite, Cássio reconheceu que o Timão “se defendeu do jeito que deu”.
O ditado diz que, se não é sofrido, não é Corinthians. Nas semifinais, porém, o Timão vai precisar de muito mais do que a superstição ou a intervenção divina. O adversário será Fortaleza ou América-MG.
Antes disso, o Timão tem duelo contra o rival Palmeiras, domingo, às 16h, na Neo Química Arena, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro.