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Ancelotti supera polêmica com Seleção e lesões no elenco para buscar quinto título da Champions

Ancelotti supera polêmica com Seleção e lesões no elenco para buscar quinto título da Champions

Técnico italiano do Real Madrid chega à sua sexta final de Liga dos Campeões depois de mostrar ao longo da temporada enorme capacidade de encontrar soluções para um time desfalcado

Madri, Espanha - Carlo Ancelotti está bem perto de conquistar a sua quinta Champions League — ele é o treinador mais vitorioso na história do torneio. O título encerraria com chave de ouro uma temporada em que sua reconhecida serenidade foi posta à prova várias vezes, principalmente com a especulação de assumir seleção brasileira e os muitos desfalques por lesão.

Ancelotti foi dado como certo para comandar a Seleção. Pelo menos por parte da CBF e de seu presidente, Edinaldo Rodrigues. Isso desde antes do início da atual temporada, ainda em junho do ano passado. Para ser mais preciso, o assunto atravessou o ano de 2023.

A Confederação Brasileira de Futebol adiou a definição de um técnico interino o quanto pôde, até Fernando Diniz ser escolhido. Ele durou seis meses no cargo, ou seja, foi demitido antes do esperado.

Carlo Ancelotti foi perguntado inúmeras vezes sobre o assunto em entrevistas coletivas do Real Madrid. Nunca indicou que estava acertado com a seleção brasileira: “não passam de rumores”.

O fato é que o assunto rendeu por meses, até que o Real Madrid anunciou no fim de dezembro a renovação de contrato com o técnico, até 30 de junho de 2026. Ele ao menos confirmou que teve conversas com a CBF, mas sua maior vontade era seguir no clube espanhol.

Enquanto lidava com os questionamentos sobre Brasil, Carlo Ancelotti também enfrentava dificuldades para escalar o time titular do Real Madrid, desde o início da temporada. O goleiro Courtois sofreu grave lesão no ligamento cruzado do joelho. O zagueiro Éder Militão encarou problema semelhante, na mesma semana. Os dois foram desfalque por muito tempo.

Chegou dezembro e quem se machucou feio foi Alaba. O atacante Vinicius Junior foi outro desfalque de meses. O promissor Arda Güler passou boa parte da temporada no departamento médico.

Mesmo assim, o time deu conta do recado. E como: o Real Madrid sofreu apenas duas derrotas em 2023/24, em 53 jogos. É o menor número em mais de 90 anos de história do clube.

No confronto das quartas de final da Champions contra o Manchester City, por exemplo, o miolo de zaga de Rüdiger e Tchouamèni no Santiago Bernabéu. Na Inglaterra, Nacho Fernández foi titular. O mesmo aconteceu na semifinal contra o Bayern de Munique. Tchouamèni, aliás, será desfalque contra o Borussia Dortmund.

Carlo Ancelotti não tergiversou. O Real Madrid não fez nenhuma contratação durante a janela de transferências de inverno. O técnico italiano disse, sereno, e repetiu várias vezes: “Confio no meu elenco”.

Ele soube adaptar as peças de ataque à realidade sem Benzema. Ajustes e mudanças táticas precisas nos posicionamentos de Rodrygo, Vini Jr e Bellingham foram decisivos. Além disso, conseguiu dosar o tempo de jogo de Kroos e Modric.

O Real foi eliminado da Copa do Rei nas oitavas, é verdade, após perder o clássico contra o Atlético de Madrid. Único revés numa temporada praticamente perfeita até agora, com título na Supercopa da Espanha — com direito à goleada sobre Barcelona —, conquista folgada da La Liga e mais uma final de Liga dos Campeões a disputar.

Essa será a sexta decisão de Champions de Carlo Ancelotti (só perdeu uma vez, com o Milan, em 2005). Aos 65 anos, ele é o técnico mais vezes campeão do torneio, com quatro títulos no total, e aquele com mais vitórias (115 em 203 jogos).

Ao longo da minha carreira, a Champions tem sido a competição mais importante.”
— Carlo Ancelotti, durante o Media Day do Real Madrid

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