Clube trata com normalidade o caso, uma vez que brasileiro ainda não está sendo acusado, mas apenas investigado em caso de apostas esportivas
Rio de Janeiro - O West Ham decidiu relacionar o meia Lucas Paquetá para o confronto contra o Chelsea, no domingo, apesar da investigação que envolve o brasileiro sobre possível violações de apostas esportivas. O clube londrino trata com normalidade o caso, uma vez que o meia ainda não está sendo acusado formalmente, mas apenas investigado.
O clube entende que não há motivo para tirar o atleta do jogo pela segunda rodada da Premier League por conta da denúncia. A percepção da diretoria é que se trata de uma varredura habitual, mas que veio a público por conta da negociação com o Manchester City, que acabou travada em meio à investigação.
Na seleção brasileira, o técnico Fernando Diniz afirmou que havia selecionado Paquetá para os primeiros compromissos do Brasil nas eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2026. E que retirou o nome do jogador da relação horas antes da divulgação da lista, quando a investigação veio à tona, citando “preservação” do atleta.
Entenda o caso
Paquetá está sendo investigado pela federação inglesa de futebol (FA) por possíveis violações de apostas esportivas e viu negociação com o Manchester City ser travada por conta das investigações.. O jogador do West Ham havia recebido proposta de 70 milhões de libras - cerca de R$ 437 milhões na atual cotação.
A federação inglesa investiga apostas feitas em contas vinculadas a pessoas próximas a Lucas Paquetá. A FA apura uma denúncia que recebeu sobre uma aposta em um cartão amarelo do meia. A investigação teve início a partir de um incomum volume de apostas casadas em dois jogos realizados no mesmo dia, um no Campeonato Inglês, outro no Campeonato Espanhol.
A aposta casada previa que Lucas Paquetá tomaria um cartão amarelo no jogo entre o West Ham e o Aston Villa, pela Premier League. E também que Luiz Henrique seria advertido com amarelo na partida entre Real Betis (seu time) e Villareal. Os dois jogadores tomaram os cartões amarelos.
As apostas foram feitas em Duque de Caxias (Baixada Fluminense) no site da Betway, casa que patrocina o West Ham e não é uma das populares no Brasil, em contas vinculadas a pessoas próximas a Paquetá e Luiz Henrique. Elas chamaram atenção por ser um modelo incomum.
Análise inicial mostrou que nesse dia várias contas novas foram criadas na Betway, com os usuários depositando o valor máximo permitido. Essas contas fizeram uma aposta casada para aumentar os ganhos: os autores só receberiam o dinheiro se Paquetá levasse amarelo contra o Aston Villa e se o atacante Luiz Henrique, do Betis, recebesse o cartão contra o Villarreal, no mesmo dia 12 de março.
O jogo na Inglaterra terminou empatada em 1 a 1 e Paquetá levou um amarelo no segundo tempo. A partida do Campeonato Espanhol também acabou empatada por 1 a 1. Luiz Henrique entrou aos 12 minutos do segundo tempo e levou o cartão aos 43.
Ao término das ligas, as autoridades fazem uma varredura em possíveis casos suspeitos. E Paquetá está sob investigação na Inglaterra. Na segunda-feira, ele irá à sede da FA para dar a sua versão do episódio.
Na Inglaterra, a fiscalização contra envolvimento de futebolistas com apostas esportivas é grande. Atletas são proibidos de fazerem apostas, estando ou não envolvidos nos jogos apostados. No dia 13 de abril, a liga inglesa aprovou a retirada dos patrocínios das casas de apostas da frente das camisas dos times. Os clubes terão até o fim da temporada 2025/26 para fazer isso.