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Filho de Seedorf, Denzel escreve sua história na base do Milan e espera defender o Brasil no futuro

Filho de Seedorf, Denzel escreve sua história na base do Milan e espera defender o Brasil no futuro

Jovem de 16 anos tem passaportes brasileiro e holandês, mas escolhe a terra de sua mãe

Rio de Janeiro - Filho do holandês Clarence Seedorf e da brasileira Luviana, Denzel tem apenas 16 anos, mas uma personalidade que chama atenção para tomar decisões importantes em sua vida. Desde o momento em que decidiu seguir a carreira do pai e buscar espaço no futebol profissional até a definição do país que defenderá no futuro, caso se destaque e receba a oportunidade de defender uma seleção.

- A minha escolha será o Brasil, tenho mais de brasileiro dentro de mim. Falo a língua, não falo holandês. Eu adoro os brasileiros, a cultura, vivo a cultura do Brasil em casa - afirmou em entrevista ao ge.

Batizado em homenagem ao ator americano Denzel Washington e nascido em Milão em 2007, o jovem está nas categorias de base do Milan, clube pelo qual seu pai venceu a Liga dos Campeões em 2003 e 2007. Ele joga no time sub-17 e disputa o campeonato nacional. Destro, é meio-campo e tem preferência por atuar pelo lado esquerdo do ataque.

O início de sua trajetória foi no Masseroni Marchese, um pequeno clube de Milão, que trabalha com categorias de base. Mas a derrota em uma final de campeonato transformou a brincadeira de criança em objetivo de vida, provocando uma mudança de postura em relação ao futebol.

- No torneio, acabei jogando em todas as posições, menos goleiro. Fui o MVP, mas perdemos a final. Eu era mais criança, fiquei muito chateado, com as emoções mais altas. Falei para a minha mãe que precisava de um time melhor, pois não queria mais perder assim. Então, conseguimos um teste no Milan. Eu tinha 12 anos - contou.

Denzel conseguiu ser aprovado, em um teste que descreve como “os quatro dias mais estressantes fisicamente” da sua vida. Mesmo com as dificuldades que relata no episódio, os responsáveis enxergaram algo de positivo no menino, além do sobrenome famoso.

denzel 002Denzel Seedorf, jogador do Milan - Foto/Arquivo pessoal

- Demonstrei que tinha potencial. Quando se é jovem, procuram isso. Não tem jogador pronto com 12 anos. Eles querem ver quem pode crescer - explicou.

A paixão pelo futebol despertou em Denzel justamente durante a passagem de seu pai pelo Botafogo, em 2012 e 2013. Ele chegou a ir em um treino com Seedorf no Estádio Nilton Santos, mas foi um amigo da época que o fez se apaixonar pelo esporte.

- Eu adoro o Brasil, gosto muito. A gente sempre vai quando tem possibilidade. Eu comecei a gostar de futebol graças ao Brasil, com meu pai jogando pelo Botafogo. Meu melhor amigo na época me chamou para jogar no clube dele e foi assim que aconteceu. Minha paixão começou naquele dia. São muitas lembranças do Brasil - disse.

É esse sentimento que o fez decidir por defender o Brasil e não a Holanda, país de origem do seu pai. Ele tem os dois passaportes, apesar de ter nascido na Itália.

- Eu gosto das pessoas no Brasil, são muito simples e felizes. E gosto da liberdade com a qual as pessoas vivem - afirmou.

Apesar de não acompanhar o futebol brasileiro de uma forma geral, Denzel mantém carinho pelo Botafogo. Mas disse também gostar de Flamengo e Fluminense, pela forma de jogar e por jogadores que voltaram para o Brasil, como Ronaldinho Gaúcho e Marcelo.

O pai, claro, é uma fonte de inspiração, mas Denzel fez uma série de elogios a De Bruyne, em quem se espelha, Messi e Neymar, a quem trata como um dos melhores de todos os tempos. Sobre a relação com Seedorf, o futebol costuma ficar em segundo plano para privilegiar a conexão como filho.

- Ele nunca quis me forçar em nada, foi minha decisão minha. Ele gostaria que eu jogasse tênis, na verdade. Não falamos muito de futebol, tem uma distância porque ele viaja muito. Falamos mais de outras coisas de pai e filho. Seguramente, ele me deu apoio dele e está bem feliz por mim - comentou.

denzel 003Clarence e Denzel Seedorf - Foto/Arquivo pessoal

O peso do sobrenome não assusta Denzel. Ele diz ser bem tratado por todos e nunca ter sido questionado sobre seu merecimento de estar ali no grupo.

- Esse sobrenome é um bem e um mal, depende de como você trata a situação. Depende do seu caráter, de quem você é como pessoa. Se não causa problema, não vai encontrar problema. Qualquer pressão que tenha em relação ao sobrenome é feita por mim mesmo - afirmou.

Um clube brasileiro pode até entrar na rota de Denzel, mas bem mais para frente em sua carreira. Por enquanto, seu foco é o mesmo de muitos jovens mundo afora. Alcançar sucesso no principal palco do mundo hoje, que é a Europa. Ele garante ter gana suficiente para isso.

- Estou orgulhoso (do que fiz), mas, se ficar orgulhoso demais, fico no passado e tenho que olhar para o futuro. Para virar jogador, precisa ter uma certa mentalidade, sempre quero mais, sempre olho para o futuro. Eu acho que não estaria no Milan se não vissem algo em mim. Eu sei que tenho alguns sonhos e na vida quero fazer isso, vou até o fim para alcançar essa boa vida que é ser um jogador de futebol - disse Denzel, que mora com a mãe em Milão.

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