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Monza: como ex-chefões do Milan levaram pequeno clube à elite do Campeonato Italiano

Monza: como ex-chefões do Milan levaram pequeno clube à elite do Campeonato Italiano

Pela primeira vez em 110 anos, o Monza irá disputar a elite italiana. Ascensão meteórica começou em 2018, quando Berlusconi e Galliani assumiram a direção do clube na terceira divisão

Monza, Itália - O Campeonato Italiano da temporada 2022/2023 terá um estreante que, na verdade, tem bastante experiência por trás. O modesto Monza disputará pela primeira vez na história a Serie A, mas não chegará de forma inocente à elite. Em sua direção estão dois dos dirigentes mais famosos do futebol na Itália: Silvio Berlusconi e Adriano Galliani.

Comandantes na última época de ouro do Milan, quando conquistaram 29 títulos entre 1986 e 2016, os dois voltaram aos holofotes na Itália. Após vender o Milan, Berlusconi adquiriu o Monza em setembro de 2018, através de sua empresa Fininvest. De imediato, chamou o fiel escudeiro Galliani, que passou a fazer parte da diretoria.

Galliani, aliás, tinha um motivo especial para assumir o Monza. Ele nasceu na cidade de mesmo nome e iniciou sua carreira no futebol no clube, como vice-presidente. Em 1979, viu o Monza perder o acesso para a primeira divisão ao ser derrotado em um playoff contra o Pescara. Naquele mesmo ano, Galliani conheceu e iniciou uma parceria de negócios com Berlusconi.

- Pela primeira vez em 110 anos, o Monza vai jogar a primeira divisão. Para mim, a felicidade é ainda maior. Eu costumava assistir aos jogos de mãos dadas com a minha mãe quando era criança. Agora, eu consegui. Após muitos anos como executivo neste jogo, eu consegui. Estou muito feliz - disse Galliani ao site “The Athletic” quando o Monza garantiu a promoção.

A ascensão do Monza

A experiência e os contatos adquiridos após décadas no Milan foram utilizados pela dupla no Monza. Quando Berlusconi comprou o clube, o time estava na terceira divisão.

O acesso à Serie B veio em 2020. No primeiro ano de tentativa para chegar à elite, o Monza foi eliminado nos playoffs, após ficar em terceiro lugar na fase inicial. Aquele time já tinha um brasileiro: o lateral-esquerdo Carlos Augusto, contratado ao Corinthians.

- Cheguei no início da temporada da Serie B. O primeiro ano foi um pouco frustrante, terminamos em terceiro e não subimos. Mas no ano passado deu tudo certo, conseguimos fazer história. Acho que a cidade ficou eufórica. Além de ser muito bonita, todo mundo ficou muito feliz por ser a primeira vez. Também estou muito feliz por fazer história - disse Carlos Augusto ao ge.

Na última temporada, o Monza voltou a disputar os playoffs, mas desta vez não deixou a vaga escapar. A classificação veio de forma épica, com dois gols nos acréscimos na partida decisiva contra o Pisa.

Para a primeira vez na elite, Berlusconi e Galliani abriram o cofre. O Monza já acertou com 19 reforços. Primeiro, mostrou força ao tirar destaques de clubes de médio porte da Itália, como o atacante Caprari, do Verona, e o goleiro Cragno, do Cagliari. Depois, trouxe nomes sem espaço em clubes grandes: o zagueiro Rannochia e o volante Sensi, da Inter de Milão, e o meia Pessina, da Atalanta.

Por fim, o Monza também atacou o mercado estrangeiro. Dois zagueiros são um bom exemplo disso: Pablo Marí, emprestado pelo Arsenal após passagem pela Udinese, e o brasileiro Marlon, que estava no Shakhtar e já jogou no Sassuolo.

- O que mais me chamou a atenção foi a ambição de se consolidar na Serie A. Ver que é um projeto que já vem de quatro anos e vem se consolidando cada dia mais no futebol. Você vê um projeto desse na Serie A, com entusiasmo e ambição muito grandes, isso te atrai. Quero muito e vou trabalhar muito e dar meu melhor em cada treino e cada jogo para fazer com que esse projeto seja sólido e consistente - disse Marlon ao ge.

marlon2 webMarlon posa com Galliani após acertar com o Monza - Foto/Reprodução

Relação próxima com os jogadores

Berlusconi e Galliani seguem ativos no dia a dia do Monza. O diretor, por exemplo, participou ativamente da contratação de Marlon. No dia a dia, ambos se fazem presentes e cultivam boa relação com os jogadores.

- Galliani é uma pessoa super educada, gentil e profissional. No dia a dia eles são super profissionais, sempre positivos e querendo o melhor resultado possível. O Monza é um clube que tem pessoas que administraram o Milan em uma época em que fizeram história. Ter essa mentalidade no Monza é muito bom - completou Marlon.

Há mais tempo no clube, Carlos Augusto viu de perto o trabalho de transformação no Monza. Ele aponta que a estrutura do clube não deve em nada aos grandes clubes da Itália.

O Monza vai jogar a Serie A no estádio Brianteo, com capacidade para 16 mil pessoas. Ainda é um campo modesto para a ambição do clube e serve como um lembrete dos velhos tempos. Mas a expectativa é de crescimento.

- É uma estrutura muito boa, não deixa nada a desejar. Por ter uma direção muito boa, que entende como é o futebol de alto nível, nunca faltou nada para a gente. Sempre fiquei muito satisfeito - disse Carlos Augusto.

O Monza estreia no Campeonato Italiano neste sábado, contra o Torino, às 15h45 (de Brasília), no estádio Brianteo.

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