LIBERTADORES

Análise: eliminação está longe de ser tragédia, mas serve de alerta se Palmeiras quiser seguir no topo

Análise: eliminação está longe de ser tragédia, mas serve de alerta se Palmeiras quiser seguir no topo

Verdão não teve controle emocional na reta final da Libertadores, além de ter pagado um preço alto por não ter fortalecido o elenco no nível que se esperava de um bicampeão continental

São Paulo - O Palmeiras deu adeus ao sonho do tricampeonato em sequência da Libertadores ao empatar com Athletico por 2 a 2, na noite da última terça-feira, no Allianz Parque, em São Paulo, no segundo e decisivo confronto da semifinal. No jogo de ida, o Verdão havia sido derrotado por 1 a 0.

A elogiada força do mental do Verdão ficou em segundo plano no jogo de volta.

Ao sair na frente com um gol de Gustavo Scarpa logo aos dois minutos, o caminho parecia aberto para uma classificação. Mas Murilo foi expulso ainda no primeiro tempo...

O cartão vermelho recebido pelo zagueiro pode ser considerado infantil, já que o lance não mudaria em nada o contexto do jogo naquele momento. Só que jogar novamente um mata-mata de Libertadores com um a menos não estava nos planos.

Contra o Atlético-MG, nas quartas de final, o Verdão soube usar o controle mental para levar a classificação heroica nos pênaltis, quando ficou com nove jogadores em campo no segundo tempo. Desta vez, contra o Athletico, apesar de conseguir abrir vantagem de dois gols após a expulsão de Murilo, o Palmeiras sucumbiu diante de um rival que soube explorar a vantagem numérica.

Nem sempre ficar com um a menos ou em uma situação adversa fortalece quem está em campo. Uma hora isso cansa, e o Palmeiras parece exausto de sempre ter que se superar.

A análise da eliminação vai além de fatores já esperados de uma partida de futebol: expulsões, polêmicas de arbitragem, gols perdidos e outros elementos fazem parte do contexto da construção de uma campanha em qualquer campeonato.

O Palmeiras, que neste ano já foi campeão estadual, da Recopa Sul-Americana e eliminado da Copa do Brasil em meio a polêmica de arbitragem, lidera o Brasileirão com folga e tem a chance de mais um título, Mas precisa pensar em como fortalecer o seu elenco. E essa reflexão costuma ser feita nas derrotas, já que dificilmente um time campeão tem algum tipo de contestação no futebol brasileiro.

E é diante de uma derrota - muito dolorida para qualquer palmeirense - que talvez seja o momento oportuno de se planejar um time ainda mais competitivo para 2023.

Mas o Palmeiras teve a melhor campanha da história da primeira fase da Libertadores com esse elenco. Como assim, faltam peças?

Sim, a pergunta é pertinente, mas Abel Ferreira precisa de melhores reposições no seu elenco. E isso poderia ter facilitado a campanha não só na Libertadores, mas em toda a temporada.

rib4103 2 webExpulsão de Murilo prejudicou o Palmeiras na busca pela terceira final em sequência da Libertadores - Foto/Marcos Ribolli

Um time como o Palmeiras não pode depender apenas de um time titular forte. Precisa ter um elenco (titular e reserva) que mantenha o nível e seja competitivo mesmo diante de lesões, desfalques, expulsões ou perdas. E essa reflexão é feita apenas nas derrotas.

O saldo nos últimos anos é mais do que positivo. Um time que é bicampeão da América, conquista títulos nacionais, estaduais e coleciona recordes não pode ser contestado por uma eliminação.

Mas para continuar no topo o alerta é necessário: o Palmeiras precisa manter o foco em melhorar o elenco para fazer a manutenção do espírito vencedor.

É verdade, o Palmeiras está muito bem, obrigado. Mas precisa colocar na cabeça que isso não basta se quiser seguir sendo o principal time brasileiro e da América do Sul nos próximos anos.

E antes que o título brasileiro - que tem tudo para ficar com o Verdão em 2022 - deixe a impressão que tudo está bem e não precisa de mais nada, é importante deixar claro que times vencedores também necessitam de ajustes, mesmo que pequenos.

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