Galo fica com vida difícil na Libertadores, após uma boa, mas insuficiente performance no 2º tempo
Belo Horizonte - A situação do Atlético-MG na Copa Libertadores é bastante delicada. Mesmo se tiver um retrospecto perfeito daqui em diante, está ameaçado a não se classificar. Duas derrotas seguidas pesam muito. Mas o discurso de Eduardo Coudet é de trazer confiança e esperança. Não é loucura, ainda que o futuro positivo dependa de alinhamento de astros.
O Galo perdeu para o Athletico-PR por 2 a 1 na Arena da Baixada, em um segundo tempo que mereceu e produziu para empatar a partida e conseguir um valioso pênalti. O goleiro Bento foi um capítulo à parte do confronto, evitando gols em chances claras, brilhando um tiro à queima-roupa de Hyoran na reta final.
A delegação do Atlético saiu nervosa de Curitiba. E vai além do resultado e da situação no grupo G, no qual é lanterna depois do tropeço inicial. Em campo, o Galo não aceitou a marcação de pênalti de Paulinho. É um lance polêmico, e fica nítida a falta de critério da arbitragem, pois no jogo Atlético 0x1 Libertad, houve um toque de mão na bola do adversário, sem marcação de pênalti.
O camisa 10 do Atlético, inclusive, caminhava para novamente ser o pior em campo pelo segundo jogo consecutivo do time. Já havia sido ponto negativo contra o Vasco no Brasileiro. Errou ao menos três finalizações limpas no primeiro tempo, além do pênalti cometido. Mas foi muito bem em boa jogada de Hulk, para diminuir o placar na saída de Bento.
Chacho tem um futuro incerto no Atlético. Há uma sequência ruim, e até mesmo a vitória contra o Brasil de Pelotas na Copa do Brasil foi de minar a confiança da torcida em seu trabalho. A multa do contrato pesa. Mas o argentino não foi lunático ao apontar superioridade ofensiva nas duas partidas. É preciso melhorar as finalizações para ontem.
O técnico destacou que o time chutou 50 vezes nos últimos dois jogos. Só que o goleiro do Vasco (Léo Jardim), e o arqueiro do Athletico-PR (Bento) brilharam. Não há dúvidas sobre isso. E também não camuflam o fato de o Galo perder muitas chances de gol e, por outro lado, apresentar fragilidade defensiva no começo da partida. São roteiros parecidos.
Na Arena da Baixada, Vitor Roque saiu de um setor para outro e não teve nenhum bote na marcação. Um chute leve no cantinho, para Patrick, Battaglia, Dodô e Jemerson só acompanharem. Por falar no zagueiro, está mal e caminha para perder a posição para Bruno Fuchs. Jemerson ainda estava impedido ao subir com Bento no gol de falta de Hyoran, anulado pela arbitragem.
Há vários jogadores abaixo do esperado no esquema de Coudet. O argentino foi ousado ao optar por segurar Mariano, disparar Patrick na ponta esquerda (Hyoran no lugar de Dodô), e Pedrinho aberto na direita. Deu certo. Por outro lado, Zaracho não conseguiu aparecer na partida e faz uma temporada de pouco brilhantismo. No fim, Mariano foi expulso por dois amarelos.
Se Hulk reclamou de cera no jogo, o que o Atlético não pode perder é tempo. Precisa se reabilitar contra o Santos no Brasileiro, confirmar passagem de fase na Copa do Brasil em jogo duro contra o Brasil de Pelotas fora de casa.
Depois tem o Furacão pelos pontos corridos, e uma partida de vida ou morte na Libertadores, em casa, contra o Alianza Lima, daqui 15 dias. O volume de jogo precisa virar bolas nas redes de forma urgente.