Confronto válido pelas oitavas de final ditará o futuro colorado em 2023
Porto Alegre - O Inter está a poucas horas do jogo mais importante do ano. O time de Eduardo Coudet jogará a vida diante de um Beira-Rio lotado contra um adversário considerado favorito e em vantagem após vencer por 2 a 1 em Buenos Aires. O resultado desta noite ditará o futuro colorado em 2023. Para o bem ou para o mal.
Entende-se internamente que o clube está diante de um momento-chave na temporada. Praticamente um divisor de águas. A eventual classificação colocaria fim à turbulência pela qual atravessa, traria moral ao grupo, impactaria nas finanças e deixaria aceso o sonho do tricampeonato.
A mobilização é gigantesca no vestiário. Os sete jogos sem vitória e o episódio Valencia ficam de lado e dão espaço à esperança. Uma vitória simples leva a decisão para os pênaltis. Dois ou mais gols dão a classificação ao Inter. O River Plate, tetra continental e atual campeão argentino, joga pelo empate.
O fator local será essencial. Não há mais ingressos desde sexta-feira. Uma nova remessa foi aberta nesta segunda e não demorou para esgotar. O torcedor prepara ruas de fogo para receber a delegação e “pilhar” os jogadores. A expectativa é de 50 mil pessoas e recorde de público no novo Beira-Rio.
– Sentimos o ambiente na rua, se fala muito do jogo e isso é lindo para nós, para motivar, sentir o orgulho da torcida e tratar de virar o jogo e esperamos que seja com uma grande vitória. O time está jogando muito bem e merece uma vitória importante – disse Rochet ao Canal do Inter.
O Inter põe à prova a partir das 21h todo o planejamento e a ousadia dos movimentos mais recentes: demissão de Mano, retorno de Coudet e investimento pesado em reforços com “DNA vencedor”. Valencia, a principal contratação, tem histórico de gols em momentos decisivos. No Monumental, completou de cabeça o cruzamento de Alan Patrick.
Rochet pode brilhar no tempo normal e/ou nas penalidades. O uruguaio trabalhará para confirmar a fama de pegador de pênaltis. Na Copa do Mundo, defendeu a cobrança de Ayew diante de Gana. No sábado, no entanto, foi deslocado por Fábio Santos, no segundo gol do Corinthians.
Para classificar é necessário vencer depois de 41 dias e expurgar o fantasma das oitavas. Ganhar do River Plate com direito a vaga na próxima fase devolveria a confiança e o moral perdidos em meio a sequência negativa. Um resultado positivo pode ser o gatilho para um recomeço no acidentado 2023.
O clube gaúcho vem de duas quedas consecutivas nesta fase da Libertadores. Boca Juniors, em 2020, e Olímpia, em 2021, foram os algozes. A última vez que esteve entre o seleto grupo dos oito melhores da América foi em 2019, quando passou pelo Nacional e caiu para o campeão Flamengo na etapa seguinte.
Chegar às quartas renderia US$ 1,7 milhão (R$ 8,35 milhões pela cotação atual) nos cofres e permitiria o clube, enfim, atingir uma meta na temporada. As eliminações recentes para Melgar (Sul-Americana 2022), Caxias (Gauchão) e América-MG (Copa do Brasil) comprometeram os planos.
A conquista de um título passa pela continuidade no torneio continental. Embora faltem 20 rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, os gaúchos estão virtualmente fora da briga. A diferença para o Botafogo é de 20 pontos. A meta desportiva pré-definida é alcançar o G-4.
Por outro lado, em caso de mais uma queda precoce, o Inter teria que buscar uma improvável reação no Brasileirão para amenizar os danos. O trabalho de Coudet, mesmo no início, ficaria em xeque. O apoio do torcedor se transformaria em cobrança. O fim de ano teria traços melancólicos.
Mobilizado dentro e fora de campo, o Inter recebe o River Plate às 21h desta terça-feira, no Beira-Rio. Em casa na atual edição, o Colorado soma duas vitórias (Metropolitanos e Independiente Medellín) e um empate (Nacional).