CBF segue em busca de solução e se coloca ao lado de países como Fiji, Djibuti e São Vicente e Granadina. Após a Copa do Mundo, foram 50 trocas. Apenas Argentina manteve na América do Sul
Rio de Janeiro - Já são 455 dias, 65 semanas, 15 meses desde que Tite anunciou que não seguiria no comando da seleção brasileira após a Copa do Mundo do Catar. O tempo, no entanto, não foi suficiente para que a CBF encontrasse uma solução para substituí-lo, e o Brasil vai para a segunda data Fifa do ciclo como um dos sete países entre os 211 afiliados da entidade sem treinador definido visando a Copa de 2026.
Com o anúncio de Ramon Menezes, nesta sexta-feira, como interino mais uma vez, o Brasil está em uma lista que tem Nova Zelândia, Fiji, Djibuti, Estados Unidos e São Vicente e Granadina como países com técnicos temporários. Os cinco, no entanto, já vinham trabalhando com suas opções provisórias ao longo de 2023, o que deixa a Seleção mais próxima do cenário da Arábia Saudita, que não tem treinador.
Cronologia da saída de Tite
- 25/02/2022 - Anuncia publicamente que não renovará
- 09/12/2022 - É eliminado da Copa e reforça a posição de saída
- 17/01/2023 - Assina a rescisão e se despede na sede da CBF
Os árabes foram surpreendidos com a decisão de Hervé Renard no fim de março, ao trocar o país pela equipe feminina da França, que disputará a Copa do Mundo na Austrália e na Nova Zelândia no mês que vem. Já o Brasil viu Tite se despedir após a derrota para a Croácia, nas quartas de final da Copa, dia 9 de dezembro, e assinar a rescisão dia 17 de janeiro.
Desde então, a CBF colocou o italiano Carlo Ancelotti como prioridade, e ainda não desistiu apesar dos discursos repetitivos de que permanecerá no Real Madrid. O treinador tem contrato até meado de 2024, mas informações dão conta de que interlocutores seguem trabalhando por uma solução tanto com Carleto quanto com o presidente merengue Florentino Pérez.
Situação de técnicos mundo afora
- 211 países membros da Fifa
- 50 trocaram de técnico após a Copa do Mundo
- 7 estão sem técnico ou com interino
- 9 novos treinadores na América do Sul
- 17 que estiveram na Copa foram mantidos
Outra seleção que estava sem técnico era a Etiópia, mas anunciou Daniel Gebremariam na última semana justamente por conta desta data Fifa. Ramon, que é contratado para ser técnico do Sub-20 e está na Argentina para o Mundial da categoria, já foi a solução caseira encontrada por Ednaldo Rodrigues na derrota para o Marrocos, em março.
Ao todo, 50 seleções trocaram de técnico desde a virada do ano. Na América do Sul, apenas a Argentina manteve o campeão do mundo Lionel Scaloni. Tendo como recorte o fim das eliminatórias, em março do ano passado, todos os adversários no continente têm novos comandos. O Uruguai foi o último a definir com o anúncio de Marcelo Bielsa no início de maio.
Das 32 seleções que estiveram no Catar, 17 mantiveram seus treinadores. Entre as que cruzaram o caminho do Brasil, Sérvia, Suíça, Camarões e Croácias estão neste grupo. Apenas a Coreia do Sul trocou Paulo Bento por Jürgen Klinsmann.
Escolhido como solução temporária novamente, Ramon chega ao Rio de Janeiro na manhã do próximo domingo e vai direto para a sede da CBF, onde divulgará a lista de convocados para os amistosos contra Guiné, dia 17, em Barcelona, e Senegal, dia 20, em Lisboa. Em seguida, retornar à Argentina para a sequência do Mundial Sub-20.
Além de não ter treinador, a CBF não denominou substitutos para uma série de funções que tiveram profissionais desligados após a saída de Tite. A principal delas a de coordenador técnico, que era ocupada por Juninho Paulista. Na convocação de março, Ricardo Gomes foi o escolhido.