Contra Tunísia, Brasil volta a jogar no estádio do PSG 24 anos depois. Após antecipar pré-temporada, níveis físicos impressionam companheiros e comissão técnica da seleção brasileira
Paris, França - “É um início diferente”. Quem atesta é Marquinhos, um dos líderes do grupo de Tite e capitão do Paris Saint-Germain. Nesta noite - pelo fuso francês, mas às 15h30 no fuso horário do Brasil -, a Seleção volta ao Parque dos Príncipes, 28 anos depois do pontapé inicial de Ayrton Senna, para enfrentar a Tunísia com esse Neymar “diferente” ao qual o zagueiro se refere. A equipe brasileira chegou a jogar no local quatro anos depois contra o Chile, pela Copa do Mundo.
Com todos predicados que fizeram o PSG gastar incríveis 222 milhões de euros em 2017, mas em ótima forma física e técnica. Mais: com a camisa que deixa o jogador mais à vontade e numa casa que nem sempre lhe acolheu tão bem.
A TV Globo, o SporTV e o ge transmitem ao vivo a partida desta tarde
Nas ruas de Paris, se Neymar não é unanimidade - o que mudou depois da possibilidade de transferência para o Barcelona há duas janelas -, ele não deixa de ser idolatrado. Os amigos Kealan Mulumba Panu e Abdou Sy são filhos de imigrantes, nasceram na França e têm admiração pelo jogador brasileiro. Kealan, de 16 anos, tem mãe camaronesa e o pai é de Congo. Ele considera Neymar o melhor do mundo e vê Vinicius no caminho para sucedê-lo.
- Ele tem talento incrível. Tem magia, tem fantasia no seu jogo. Para mim, ele é o melhor - disse o garoto, que ficou na espera do ônibus da Seleção deixar o estádio do Paris FC, onde a Seleção treinou nos últimos dias.
Em março de 1998, a seleção brasileira venceu o Chile por 4 a 1 no estádio do PSG, em jogo válido pelas oitavas de final da Copa da França.
Quando Neymar une a fantasia com a determinação tudo fica mais simples. A bola entra, os passes açucarados saem, os dribles encantam. Como ele próprio Neymar diz, “fica difícil para os adversários”. Preparador físico da seleção brasileira, Fabio Mahseradjian revelou que foi a partir de pedido do jogador a apresentação antecipada em duas semanas da pré-temporada do PSG.
- Essa forma é fruto da dedicação do Neymar. Ele pediu ao Ricardo (Rosa), que trabalha com ele e conosco aqui também na Seleção, que o acompanhasse em Mangaratiba duas semanas antes de se apresentar ao PSG. Ele está colhendo os frutos agora e para o futuro também. Toda essa dedicação dele faz com que ele apresente números que corroboram com esse início de temporada dele - disse o preparador físico, ainda em Le Havre, na França.
Os números são os seguintes: Neymar tem 11 gols e 10 assistências em 12 jogos na temporada - contando a partida contra Gana, na última sexta. Ele não marcou, mas deu passe para um e cruzou outra em gols de Richarison. Semana a semana ele comprova o melhor início de carreira na Europa.
- Em números é fácil de falar, não temos como contestar. É com certeza um começo de temporada mágico. Como amigo, como um jogador próximo, que vive o dia a dia, e vive diretamente com ele, posso dizer isso. Mentalmente, pelos treinamentos, por tudo o que ele está fazendo, pelo extracampo, em campo é uma temporada em que ele está muito focado - comentou Marquinhos, em reportagem que foi ao ar no “Fantástico” no último domingo.
Sacrifício em 2018
Com o preparador físico Ricardo Rosa ao lado de Neymar desde os tempos de Santos, a Seleção monitora os níveis físicos de Neymar. Tite o parabenizou publicamente pelos cuidados e exuberante forma nesta temporada tão importante para a carreira. No PSG, num jogo recente ele correu a mais de 19 km/h por 1.017 metros. Acima de 25 km/h em 292 metros. No chamado trabalho mecânico, em acelerações acima de 5 metros por segundo - quando o jogador dispara ou faz mais movimentos de giros, gestos para se desmarcar -, ele fez 66 ações no mesmo jogo verificado pela Seleção.
Todos dados físicos estão num patamar de ótimo nível considerando início de temporada. Com menos de 60 dias para o Mundial, o Neymar de 30 anos chega numa Copa em condições ideais quatro depois do desempenho que refletiu a volta de lesão na Rússia.
- Não gostamos dessas comparações, mas em 2018 ele teve prejuízos devido à sua lesão. Foi meio que, entre aspas, no sacrifício. Ele teve dificuldades por causa da lesão e teve pouco tempo para treinar e se recuperar para a Copa do Mundo. Sabíamos que ele ia se condicionar durante a Copa do Mundo. Agora não. Agora ele vai chegar à Copa do Mundo no melhor de sua forma física - garante o preparador físico Fábio Mahseradjian.
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