BRASILEIRO SÉRIE A

Análise: Abel mantém nível do Palmeiras com desfalques e encaixa time com dupla no ataque

Análise: Abel mantém nível do Palmeiras com desfalques e encaixa time com dupla no ataque

López e Endrick deram nova cara ao sistema ofensivo do Verdão, que ainda mostrou dificuldade para matar o jogo contra o Cuiabá, na estreia do Campeonato Brasileiro

São Paulo - A vitória do Palmeiras em cima do Cuiabá no sábado, na estreia do Brasileirão, foi mais uma amostra de como Abel Ferreira conhece o elenco que tem em mãos.

Com oito desfalques, entre eles os destaques Rony e Raphael Veiga, o treinador e sua comissão técnica, que completaram 200 jogos pelo Palmeiras neste fim de semana, deram sequência a uma ideia que começou já contra a Tombense, durante a semana passada.

Abel escalou Endrick e Flaco López no ataque palmeirense. Com a dupla lado a lado, o Palmeiras mostrou mais opções ofensivas. Ora o argentino ia ao meio para buscar a bola, ora aparecia como surpresa pelo alto na área, enquanto Endrick se movimentava entre a marcação usando sua explosão.

A diferença da última quarta para este sábado foi Artur, que completou a linha de quatro na frente, aberto pela direita. Na esquerda esteve Dudu, que seguiu mostrando um futebol em alta desde a final do Paulistão.

Essa disposição deu ao time uma maior capacidade de chegar ao ataque. Além de contar com dois centroavantes que fazem o pivô ou seguram a bola de maneiras diferentes, as opções abertas, Dudu e Artur, dão também ao time a possibilidade de explorar os espaços.

Foi assim no primeiro gol do Palmeiras, quando López recuou para receber a bola e inverteu na esquerda para Dudu. Com espaço, o camisa 7 encarou a marcação e cruzou para Endrick se infiltrar sozinho por trás da zaga.

Artur também teve suas chances de aproveitar os espaços achados pelo Verdão. Na primeira etapa, recebeu duas bolas em velocidade, conseguiu passar no mano a mano, mas as jogadas não se concretizaram em gol.

O time do Palmeiras criou bastante, só faltou matar o jogo de vez ainda no primeiro tempo, porque foi capaz.

Na segunda etapa, com o time enervado após a expulsão de Abel, o Verdão voltou com Artur de meia, mas pouco criou. Aos 12 minutos, o Cuiabá ficou com um a menos em campo, e João Martins mudou. Endrick deu lugar a Rafael Navarro, Artur a Breno Lopes e Menino a Richard.

O segundo gol palmeirense passou muito pelos dois atacantes, de novo, só que agora com López e Navarro. Ocupando a área com uma dupla de centroavantes, o argentino ficou com a sobra para fazer seu quarto gol em quatro jogos.

Voltando à formação inicial, ela também tem seus contras. Mas cabe ao Palmeiras errar o menos possível para não sofrer tanto com os contra-ataques adversários. Sem Veiga no meio, apenas com López voltando para marcar no setor do meia, sobra um espaço ali.

Mais responsabilidade também para Zé Rafael e Gabriel Menino, o primeiro e o segundo volantes do time de Abel Ferreira. Jogando assim, Menino, principalmente, precisa ser mais certeiro na armação das jogadas, enquanto Zé tem que redobrar sua atenção. Os dois fizeram boas partidas defensivamente e ofensivamente.

O gol sofrido pelo Palmeiras no fim do primeiro tempo passa muito por um time desligado após a partida parar para a expulsão de Abel Ferreira, mas também por esses espaços deixados. O Cuiabá soube atrair Murilo, Gómez e Marcos Rocha para a primeira trave, em jogada pela direita, para marcar na segunda trave com Raniele livre de marcação.

Detalhes que Abel e seus auxiliares vão ajeitando ao longo da temporada. No 200º jogo da comissão técnica, a atuação desse Palmeiras modificado e desfalcado mostra a importância de um trabalho longevo no futebol.

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