Rubro-Negro abre dois gols com direito a bicicleta de Alerrandro, mas Dinneno decide para a Raposa; lance do empate gera reclamação de atletas e presidente do time baiano
O Cruzeiro saiu com gostinho de três pontos do Barradão na noite desta segunda-feira, mas sabia que dava para mais. Já o Vitória, que viu Neris ser expulso ainda no primeiro tempo, não resistiu ao poderio ofensivo da Raposa e cedeu o empate no fim do jogo após abrir 2 a 0, mas reclamou de mão na bola e falta no gol celeste que fechou o 2 a 2. Um resultado amargo para a luta do Leão contra o Z-4. Os gols de Osvaldo, Alerrandro e Dinneno (duas vezes) encerraram a 23ª rodada do Campeonato Brasileiro em jogo cheio de alternativas.
Como fica a tabela?
O empate foi suficiente para tirar o Rubro-Negro da zona de rebaixamento, já que Corinthians e Fluminense (adversários diretos) se enfrentaram no último sábado e empataram. O Rubro-Negro chegou aos 22 pontos e está na 16ª posição, com a mesma pontuação do time paulista, que é o 17º. Já o Cruzeiro buscou esse valioso ponto fora de casa, mas segue fora do G-6. A Raposa chegou aos 36 pontos e é o 7º colocado, com dois a menos que o São Paulo, equipe que abre a zona de classificação para a Libertadores.
Primeiro tempo alucinante
O Vitória começou o primeiro tempo agressivo, com marcação alta e diversas chances criadas antes dos 20 minutos. Logo após a bola rolar, Osvaldo assustou Cássio com chute firme dentro da área, e, na sequência, Alerrandro e Machado também exigiram defesas importantes do goleiro cruzeirense. A pressão surtiu efeito aos 21 minutos, quando o Vitória teve pênalti marcado ao seu favor e converteu com o próprio Osvaldo. Logo depois, o Leão ampliou com uma pintura de Alerrandro, que mandou de bicicleta para vencer Cássio e marcar o segundo. O Rubro-Negro ainda teve Neris expulso após bobeada na defesa e viu o Cruzeiro se soltar no jogo, mas foi para o intervalo com boa vantagem.
Segundo tempo celeste
As propostas na etapa final foram inversas. Enquanto o Cruzeiro partia para cima, o Vitória se defendia e apostava nos contra-ataques. Com um a mais, a Raposa criou boas chances com Arthur Gomes e Kaio Jorge, mas ora parava em Lucas Arcanjo, ora na falta de pontaria. Diante de um Vitória recuado, Fernando Seabra insistiu na blitz cruzeirense, e o resultado veio aos 32 minutos, quando Dinenno diminuiu de cabeça. Aos 37, Matheus Henrique quase empatou em chute de fora da área, mas Arcanjo se esticou todo para fazer uma linda defesa. No lance seguinte, o goleiro nada pôde fazer, e Dinenno aproveitou nova bola aérea para vencer a defesa e empatar o confronto no Barradão. A Raposa continuou em cima e, se não fosse por Lucas Arcanjo, poderia ter saído com os três pontos.
Lance polêmico
O gol do empate do Cruzeiro [assista abaixo], marcado por Dinenno, é a grande polêmica da partida disputada no Barradão. No início da jogada, jogadores e comissão técnica do Vitória reclamaram que a bola bateu no braço de Matheus Henrique. Além disso, no momento da finalização do atacante celeste, o pedido é de falta sobre Léo Naldi. Após a partida, o presidente rubro-negro, Fábio Mota, desabafou: “Hoje, acho que passou de todos os limites”. O volante Matheus Henrique foi questionado se a bola bateu em seu braço.
Um gol daqueles!
Alerrandro fez um dos gols mais bonitos do Campeonato Brasileiro na noite desta segunda-feira. Aos 28 minutos do primeiro tempo, com o Vitória já na frente do placar, o camisa 9 aproveitou desvio de João Marcelo na entrada da área e mandou uma bicicleta de longa distância, sem deixar a bola cair, na gaveta de Cássio para marcar o segundo do Leão no jogo e levar a torcida ao delírio. É para sair do estádio e pagar o ingresso novamente. Um golaço!
Gol ou pênalti? Os dois!
Antes do golaço, Alerrandro já havia marcado no Barradão, mas o gol foi anulado de forma curiosa. A bola chegou ao camisa 9 após chute de Luan Santos, que desviou no braço de Lucas Silva. Quando Alerrandro empurrou para as redes, porém, o árbitro Marcelo de Lima Henrique parou o jogo e marcou o pênalti, para reclamação dos rubro-negros. Osvaldo tratou de acalmar os ânimos e cobrou sem chances para o goleiro Cássio.
Neris expulso
Ainda no primeiro tempo, quando o jogo já estava 2 a 0 para o Vitória, Neris, ex-Cruzeiro, bobeou na frente de Kaio Jorge, perdeu a bola no campo defensivo e fez a falta para evitar que o camisa 9 da Raposa saísse de frente para o gol. Como era o último defensor, acabou expulso aos 37 minutos. O zagueiro desfalca o Vitória pela primeira vez desde a sua chegada às 18h30 do próximo domingo (horário de Brasília), quando o Leão visita o São Paulo.
O cara tem estrela!
Aos 19 minutos do segundo tempo, Fernando Seabra fez a mudança que mudaria o jogo para o Cruzeiro. O treinador sacou o meia Ramiro e colocou o atacante Dinenno para dar poderio ofensivo na área. De tanto pressionar, a Raposa conseguiu entregar uma bola redonda para Dinneno aos 33 minutos, e o camisa 19 não desperdiçou. Cinco minutos depois, Dinneno, mais uma vez pelo alto, ganhou da defesa e empatou o jogo para garantir um ponto valioso para o time mineiro.
Agenda
O Vitória agora vira a chave e se prepara para enfrentar o São Paulo às 18h30 do próximo domingo (horário de Brasília), no Morumbis, pela 24ª rodada. Já o Cruzeiro visita o Internacional no mesmo dia, às 19h, no Beira-Rio. Antes, nesta quinta-feira, tem duelo decisivo contra o Boca Juniors, no Mineirão, às 21h30 (de Brasília), pelo jogo de volta das oitavas de final da Copa Sul-Americana. Na ida, a Raposa perdeu por 1 a 0.