Técnico vê primeiro tempo ruim e considera postura defensiva como natural diante do gol marcado cedo em meio ao momento de oscilação na temporada

Belo Horizonte - O Cruzeiro, enfim, voltou a vencer. Depois de cinco tropeços seguidos no Campeonato Brasileiro, o time bateu o São Paulo por 1 a 0, no Independência, neste sábado. Triunfo elogiado por Pepa, que apontou falhas e virtudes do time e exaltou o trabalho dos comandados de Dorival.

O Cruzeiro começou em cima e abriu o placar logo aos três minutos. Depois, viu Rafael Cabral se firmar como destaque da partida no primeiro tempo. Situação que ocorreu em função da desorganização do seu time, somado à estratégia surpreendente do São Paulo.

- Entramos muito bem no jogo. Com o gol cedo, a qualidade do São Paulo veio em cima. Temos que dar parabéns ao São Paulo, que nos criou muitas dificuldades no primeiro tempo. São Paulo agrediu muito a nossa linha defensiva. Jogam muito pelo meio, com jogo apoiado, mas hoje procurou muitos cruzamentos. Não estávamos à espera disso, sinceramente.

“Tentamos ajustar, mas não conseguimos. Corremos muito, mas desorganizados. Ajustamos no segundo tempo, e o Rafa (Cabral) fez um jogaço. Todos trabalharam muito para acabar com a sequência negativa que tínhamos.”

Fato raro neste início de passagem de Pepa, o Cruzeiro teve menos posse (36% contra 64%) e finalizações (seis contra 13) do que o adversário. Detalhe é que nenhum chute da equipe foi na direção do gol, uma vez que a bola da vitória foi gol contra de Rafinha.

O treinador português disse que a postura reativa do time não foi pensada, mas sim “imposta” pela atuação do São Paulo. Na visão dele, foi o adversário que mais ofereceu dificuldades, considerando os 16 jogos que tem no comando da equipe celeste.

- Não, nada disso. Méritos ao São Paulo. Nós temos que ter espírito guerreiro, que sabe sofrer. É como eu digo: nem tudo está ruim na derrota, mas nem tudo é bom na vitória. Sabemos o que não foi bom hoje, mas temos que parabenizar o São Paulo. Temos que olhar para os três pontos, mas também para a capacidade que tivemos de nos adaptar, de manter a equipe junta.

Pepa também considera que a postura defensiva do time é algo natural entre os jogadores diante do momento vivido, com eliminação na Copa do Brasil e sequência de tropeços no Brasileiro. Inconscientemente, o recuou ocorreu.

- Podemos olhar para supremacia do São Paulo ou para o emocional ganhando de 1 a 0. Estávamos com sequência de resultados ruins, e o subconsciente nos obriga a fechar a loja, garantir o zero no nosso gol. É prejudicial? Sim, mas eu compreendo. Houve méritos do São Paulo, e nos agarramos com tudo uns aos outros.

Agora, o Cruzeiro sai para confrontos com Internacional e Vasco, nos dois próximos finais de semana, longe de Belo Horizonte. A equipe está na 10ª colocação, com 17 pontos, a apenas dois do G-6 e a seis do Z-4. Ambas as situações podem mudar com o complemento da rodada.