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Análise: Corinthians dá bons sinais, mas falta de eficiência pode dificultar vida no Brasileirão

Análise: Corinthians dá bons sinais, mas falta de eficiência pode dificultar vida no Brasileirão

Timão criou grances chances e consagrou o goleiro João Ricardo, do Fortaleza; foram dois pontos perdidos diante de um bom desempenho

São Paulo - O torcedor do Corinthians saiu da Neo Química Arena incomodado e com um gosto amargo. Porém, diferentemente de partidas anteriores, a equipe entregou o desempenho esperado e deu bons indícios, especialmente no ataque, mas novamente a falta de eficiência custou dois pontos diante do Fortaleza na noite do último sábado, pela quinta rodada do Brasileirão.

O empate por 0 a 0 diante de 42 mil pessoas em Itaquera teve o goleiro João Ricardo como o grande protagonista. Foram oito finalizações defendidas, e pelo menos metade delas com ações popularmente descritas no linguajar do futebol como “milagres”.

O protagonismo de João Ricardo, porém, frustrou um bom desempenho do Corinthians durante a maior parte do jogo. O rendimento caiu conforme António Oliveira precisou recorrer a um desfalcado banco de reservas, enquanto o adversário ganhou força com as entradas de titulares como Lucero e Moisés.

analise timao 002Corinthians desperdiçou oportunidades e não saiu do 0 a 0 contra o Fortaleza - Foto/Marcos Ribolli

Copo meio cheio

O clube alvinegro repetiu a intensidade apresentada contra o Fluminense, embora sem conseguir encaixar a mesma pressão que sufocou os cariocas na semana passada.

Porém, com a bola nos pés, o Corinthians apresentou-se de maneira mais criativa do que no domingo passado, quando as principais chances nasceram de roubadas de bola no campo de ataque seguidas da individualidade de Wesley.

O trabalho coletivo do Corinthians no campo de ataque apareceu diante do Fortaleza e de forma equilibrada. Pela direita, por exemplo, Fagner encontrou Romero aos 12 minutos, e o paraguaio promoveu o primeiro momento de João Ricardo no jogo.

No setor, Rodrigo Garro surgiu como diferencial. O argentino ainda erra acima da média, mas consegue criar e fazer a diferença na equipe. Com ele em bom nível, o Corinthians sobe de patamar competitivo.

Contra o Fortaleza, o argentino fez uma das melhores partidas com a camisa alvinegra e quase anotou um belo gol de fora da área. Na segunda etapa, um passe primoroso para Hugo quase resultou em belo gol. O camisa 10 se mostra à vontade com António Oliveira.

Do outro lado, Wesley segue em evolução. Mesmo com marcação dupla em momentos pontuais e supervisionado de perto por Tinga, o atacante encontrou soluções e descolou cruzamento para Raniele parar em defesa importante de João Ricardo.

analise timao 003Rodrigo Garro teve boa atuação, mas ainda peca em alguns momentos - Foto/Marcos Ribolli

Copo meio vazio

As oportunidades desperdiçadas no primeiro tempo exibiram um Corinthians criativo além dos últimos jogos. Tanto que o ritmo seguiu no reinício de jogo, com Hugo e Félix Torres, também parados pela atuação inspirada de João Ricardo.

O volume de jogo trazia merecimento a uma vantagem do Timão sobre o Fortaleza em Itaquera. Entretanto, entra o copo meio vazio e que gera preocupações a médio prazo no Brasileirão: a falta de eficiência.

Perder oportunidades têm sido a regra do Corinthians na Série A desta temporada. A exceção foi justamente na vitória sobre o Fluminense, em que o time precisou de poucas chances para definir o resultado.

Contra o Atlético-MG, na estreia, a equipe atuou com um a mais durante todo o segundo tempo e criou pouco, sem aproveitar quando teve a chance de finalizar.

Diante do Juventude, na primeira derrota dentro do Brasileirão, o Timão teve pelo menos quatro chances para abrir o placar. Não fez, e sofreu lá atrás. Um mínimo de eficiência no ataque já deixaria António Oliveira e os comandados mirando a parte alta da tabela.

Entretanto, a realidade segue mais conservadora diante do pouco aproveitamento das oportunidades. Resta à comissão técnica contar com retornos de Yuri Alberto, Pedro Henrique e Igor Coronado para tentar, com os próprios recursos, tornar o Corinthians mais letal.

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