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Análise: Fluminense deixa bons sinais contra Bragantino, mas falhas comprometem atuação

Análise: Fluminense deixa bons sinais contra Bragantino, mas falhas comprometem atuação

Tricolor poderia ter ido para o intervalo com uma goleada no placar, mas esbarra em velho calcanhar de Aquiles e amarga empate frustrante

Rio de Janeiro - Os oito minutos entre os gols de Eduardo Sasha e Thiago Borbas foram decisivos para a partida entre Fluminense e Bragantino mudar de uma vitória tranquila do Tricolor para um empate frustrante. Quem só olha para o 2 a 2 no placar, neste sábado, no Maracanã, pensa que o confronto foi equilibrado. Não foi — e poderia ser uma goleada da equipe de Fernando Diniz. Mas o velho calcanhar de Aquiles das bolas aéreas defensivas trouxe frustração para a noite.

Com exceção dos citados oito minutos, o desempenho do Fluminense no Maracanã esteve muito perto daquele da equipe que conquistou o Campeonato Carioca e a Conmebol Libertadores em 2023. O problema é que o futebol à nível de Série A do Campeonato Brasileiro não admite falhas. Os dois gols do Bragantino custaram caro. Mais até do que deveria.

Não é absurdo dizer que o primeiro tempo do Fluminense foi quase um recital. Tudo que tem se cobrado desta equipe foi visto em campo: posse de bola efetiva, velocidade na tomada de decisão, pressão bem feita na saída de bola do adversário... O Tricolor viu três milagres serem feitos por Cleiton e por duas bolas pararem no travessão. Era para ser uma goleada.

A boa atuação passou pelos pés de Paulo Henrique Ganso. A reportagem contabilizou: só na primeira etapa, foram seis passes que quebraram a marcação do Bragantino e deixaram seus companheiros em boas condições. No segundo tempo, ele deixou Cano na cara do gol antes de ser substituído por cansaço. Ainda deu a assistência para o primeiro gol de Lima.

Marquinhos e Lima também merecem parágrafos à parte. O volante pela força mental que teve para aguentar as críticas e os princípios de vaias. Teve a boa atuação coroada com duas bolas nas redes. Já o atacante por ser uma importante válvula tática: no ataque, deu um trabalho danado — e até arrumou um cartão amarelo — para Juninho Capixaba, que ficou “travado” por ter que cuidar da sua cobertura.

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A estratégia de Fernando Diniz deu certo. O Fluminense encaixou a sua marcação contra o Bragantino, que só chegava com volume através de ligações diretas. Quando um erro ocorria, Fábio, que se tornou o jogador mais velho a atuar em Campeonatos Brasileiros, apareceu para defender. Finalizações existiriam, mas sem perigo real.

Até Pedro Caixinha mudar a estratégia. Ao colocar o centroavante Thiago Borbas no intervalo, indicou que Bragantino apostaria nas bolas aéreas. Logo no primeiro lance, Eduardo Sasha subiu entre André e Cano para empatar. Oito minutos depois, Borbas aproveitou a baixa estatura de Martinelli para virar.

É normal questionar as improvisações do técnico Fernando Diniz, mas parece errado colocar a culpa só nisso. A alta quantidade de gols sofridos de jogadas aéreas é um problema coletivo. Dos 16 desde a reestreia dos titulares, oito foram dessa forma. Nesta conta, três foram com Martinelli de zagueiro, com ele falhando em apenas um.

Também é preciso dizer que Diniz dobrou a aposta: além de Martinelli, André também virou zagueiro. Com a saída de bola mais rápida, o Fluminense conseguiu empurrar o Bragantino para trás e voltou a exercer a pressão da primeira etapa. Sufocou o adversário mais uma vez. Lima, de fora da área, empatou.

A virada parecia questão de tempo, mas não veio. Quando Ganso cansou, já do meio para o final do segundo tempo, o Fluminense se desconectou entre os setores e a pressão passou a ser mais por intuição. Cleiton ainda fez ao menos duas grandes defesas antes de o 2 a 2 ser consumado.

O Fluminense lamenta, mas pode ver o resultado de duas formas: trouxe bons sinais para uma equipe que voltou a atacar bem e só não venceu porque o goleiro adversário fez milagres aos montes; mas também tem sinais ruins, já que a bola aérea não pode ser tão frágil. Nos pontos corridos, dá para recuperar; no mata-mata, pode custar uma eliminação.

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