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Cruzeiro revê Rogério Ceni: do “momento mágico” ao “paguei para trabalhar”; relembre

Cruzeiro revê Rogério Ceni: do “momento mágico” ao “paguei para trabalhar”; relembre

Time mineiro deve mais de R$ 1 milhão ao treinador do Bahia, que viveu problemas de relacionamento com Thiago Neves e Dedé na Toca da Raposa

Belo Horizonte - O Cruzeiro busca a primeira vitória no Mineirão, em 2023, diante do Bahia, nesta quarta-feira, às 20h (de Brasília), em jogo da 29ª rodada do Campeonato Brasileiro (clique aqui e saiba mais). A partida marca o reencontro do clube com Rogério Ceni, treinador do time de Salvador.

Em 2019, Ceni chegou a ser tratado como o “salvador da pátria” pelos cruzeirenses. Ele foi contratado para impedir o rebaixamento do clube naquela edição do Campeonato Brasileiro.

A passagem do técnico começou em um “momento mágico” e terminou em saída conturbada, sem receber “nenhum centavo”, como o próprio Rogério falou após deixar o clube.

No fim de agosto de 2019, o Cruzeiro pagou a multa contratual de Ceni, que estava no Fortaleza. Ele chegou a Belo Horizonte para assumir o lugar de Mano Menezes, demitido após a derrota para o Internacional, no jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil.

Mano saiu do Cruzeiro depois de dois títulos da Copa do Brasil e dois do Campeonato Mineiro. Naquele momento da temporada 2019, o time mineiro era alvo de investigação da Polícia Civil de Minas Gerais, que apurava denúncias de irregularidades praticadas pela diretoria do clube

Os problemas administrativos afetaram o desempenho esportivo. Dentro de uma sequência de 19 jogos, Mano Menezes havia vencido apenas uma partida, deixando o clube na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.

Rogério chegou à Toca da Raposa com duas missões: buscar o título da Copa do Brasil e tirar a equipe da zona do rebaixamento. Na apresentação, Ceni definiu o momento como “mágico”.

- Isso aqui é um momento mágico na carreira de qualquer pessoa. de poder chegar num clube como o Cruzeiro, bicampeão (consecutivo) da Copa do Brasil.

Rogério Ceni começou bem. Na estreia, venceu o Santos por 2 a 0, no Mineirão, com o Cruzeiro jogando bem. Depois, conseguiu apenas uma vitória, com dois empates e quatro derrotas. O relacionamento com o grupo de jogadores foi um dos problemas enfrentados na Toca da Raposa.

Depois de barrar Thiago Neves, um dos líderes do elenco, o clima azedou no vestiário do Castelão, após o empate com o Ceará, quando Ceni se desentendeu com o zagueiro Dedé.

Tanto no retorno da delegação ao hotel, em de Fortaleza, e na viagem de volta a Belo Horizonte o ambiente do grupo não foi agradável. Um dia depois do jogo, o Rogério acabou não resistindo à pressão e foi desligado do Cruzeiro. Ceni deixou o time em 16º lugar, fora da zona do rebaixamento, no fim de setembro de 2019.

Posteriormente, o treinador declarou que nunca recebeu pagamento do clube mineiro. Após o rebaixamento, a diretoria do Cruzeiro tentou negociar para que a dívida fosse parcelada, mas não conseguiu cumprir o acordo.

Com os débitos acumulados, Rogério Ceni foi uma das personalidades do futebol incluídas na recuperação judicial do Cruzeiro. Ele está em duas classes, ultrapassando a casa de R$ 1 milhão nos valores a receber. São R$ 685.255,66 (dívida trabalhista) e mais R$ 300.605,58 (direitos de imagem - divida quirografária, ou seja, sem garantia de direito de preferência).

Ainda em 2019, um mês depois de deixar a Toca da Raposa, o Cruzeiro reencontrou Rogério Ceni, que estava de volta ao Fortaleza. O jogo com o ex-treinador terminou com o placar de 1 a 1, no Mineirão.

Com o rebaixamento da Raposa, Ceni não enfrentou o time mineiro nos anos seguintes, já que treinou Flamengo e São Paulo (times que não enfrentaram o Cruzeiro entre 2020 e 2022), na sequência, e assumiu o Bahia, após o jogo entre as equipes no primeiro turno.

O jogo desta quarta-feira contra Rogério Ceni vai ser travado, coincidentemente, em um ambiente que ele viveu no Cruzeiro em 2019: a luta contra o rebaixamento.

As duas equipes fazem confronto direto na tabela. Neste momento, o time mineiro ocupa 14º lugar com 34 pontos, mesma pontuação do Bahia, 13º colocado, mas com mais vitórias (nove contra oito).

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