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Luxemburgo balança? O que ameaça e o que favorece a continuidade no Corinthians

Luxemburgo balança? O que ameaça e o que favorece a continuidade no Corinthians

Técnico volta a sofrer contestações internas e externas às vésperas de semifinal da Sul-Americana; veja o que pode pesar em decisões da diretoria

São Paulo - Vanderlei Luxemburgo está sob pressão no Corinthians. E isso não chega a ser novidade. Contratado em um momento de crise, o técnico só conseguiu vencer em seu oitavo jogo e, em mais de um momento, teve a demissão cogitada pela diretoria do clube.

Agora, às vésperas das semifinais da Copa Sul-Americana, o trabalho de Luxemburgo volta a ser contestado interna e externamente.

Após dez dias de descanso e preparação durante a data Fifa, o Corinthians voltou a campo na última quinta-feira sem diversos titulares e foi derrotado pelo Fortaleza por 2 a 1. Foi a quarta partida seguida sem vencer.

Além de resultados e desempenho, há outros fatores que já fizeram e ainda fazem Luxemburgo balançar no cargo. Assim como em outros momentos da gestão do presidente Duilio Monteiro Alves, o termômetro da torcida nas arquibancadas, no Parque São Jorge e nas redes sociais pode ser decisivo para a manutenção ou demissão do técnico.

Confira abaixo o que ameaça e o que favorece a continuidade de Luxemburgo à frente do Corinthians.

O que joga contra?

Não embala: com aproveitamento de 46% após 35 jogos, o técnico foi eliminado na Libertadores e na Copa do Brasil e não conseguiu levar o Corinthians à parte de cima da tabela do Brasileiro. Atualmente, a equipe ocupa a 14ª colocação, cinco pontos acima da zona de rebaixamento e com um jogo a menos.

Evolução? na maioria dos jogos, o time teve menos posse de bola e finalizações do que os adversários. Interlocutores do presidente Duilio Monteiro Alves se queixam também da falta de jogadas ensaiadas, além de escolhas e critérios de Luxa.

Clima: o ambiente no CT Joaquim Grava também não é de harmonia plena. Recentemente, o próprio técnico admitiu um atrito com Bruno Mazziotti, coordenador do Núcleo de Saúde e Performance do Timão, fato minimizado por ele e pela cúpula do clube.

Grupo: entre os jogadores, há elogios ao técnico pela gestão do ambiente e a blindagem ao elenco, mas discordâncias quanto a algumas decisões. Duilio gosta de ouvir as lideranças da equipe, embora diga que a decisão final é sempre dele.

Política: o Corinthians vive ano eleitoral, e ambos os candidatos à presidência, André Luiz Oliveira e Augusto Melo, não pretendem manter Luxemburgo em 2024.

Mercado: embora tenham avisado que não pretendem trabalhar no Brasil em 2023, Tite e Mano Menezes estão no mercado, são cobiçados e foram procurados pelo Corinthians meses atrás.

Confia? A direção alvinegra deu uma “última chance” ao treinador em julho, após uma sequência de três derrotas em quatro jogos. Luxemburgo seria demitido caso perdesse para o Atlético-MG, mas o Timão ganhou por 1 a 0 e engatou uma sequência invicta que durou 11 partidas, tendo fim na derrota para o São Paulo, que culminou na eliminação da Copa do Brasil.

O que joga a favor?

Ponderações: embora com um aproveitamento mediano e duas eliminações, Luxemburgo conseguiu levar o Corinthians às semifinais da Copa do Brasil e da Sul-Americana, torneio no qual está a três jogos do título.

Tem estrela: foi justamente no mata-mata que Luxemburgo viveu seus melhores momentos no Corinthians. Com uma intervenção tática, foi decisivo para a equipe passar pelo Atlético-MG na Copa do Brasil e teve êxito ao bancar garotos na Sul-Americana. Alguns de seus defensores no clube argumentam: se o técnico contou com a sorte em momentos importantes (como na partida de volta contra o Estudiantes), por que abrir mão desse amuleto justo agora na reta final do torneio?

Casca grossa: Luxemburgo promoveu jovens jogadores e colocou-os para jogar mesmo em momentos de pressão. Além disso, perdeu importantes titulares do elenco sem reclamar publicamente da diretoria.

Escaldada: o comando do Corinthians lembra o caos criado na última troca de técnico. Ao tirar Fernando Lázaro e ver Cuca chegar e sair em uma semana, o clube mergulhou em enorme crise. Na visão de alguns, demitir Luxemburgo agora poderia mais atrapalhar do que ajudar em um momento decisivo da temporada. O primeiro jogo contra o Fortaleza é daqui a onze dias.

Substituição: se não conseguir convencer Mano Menezes ou Tite a trabalhar ainda neste ano, o clube se colocaria numa encruzilhada. Teria de encontrar um “tampão” até dezembro ou fechar um contrato “invadindo” o mandato do próximo presidente. Uma opção caseira - e que não agrada à cúpula do futebol - é Fernando Lázaro, que seguiu na comissão técnica fixa após deixar o cargo de treinador, em maio.

Luxemburgo tem contrato até dezembro, com valor rescisório considerado baixo.

O próximo compromisso do Corinthians é segunda-feira, contra o Grêmio, na Neo Química Arena, em partida atrasada da 15ª rodada do Brasileirão.

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