Ex-jogador foi responsável por transições recentes e agora recebe a oportunidade de se tornar protagonista de possível título

Rio de Janeiro - “A gente tem plena confiança no Lúcio Flávio”. Foi assim que o diretor executivo de futebol André Mazzuco definiu a escolha do ex-jogador e, integrante da comissão técnica permanente do Botafogo desde 2020, para assumir o time após a demissão de Bruno Lage.

Embora seja quase unanimidade que essa tenha sido a melhor decisão no momento crítico da temporada, torcedores logo trazem à memória jogos que não remetem a boas sensações.

Como atleta, ele está marcado na história do Botafogo. Com 239 jogos em quase cinco anos, o ex-jogador conquistou dois títulos cariocas e disputou outras duas finais de Estaduais. Ele é o segundo maior artilheiro alvinegro do século 21, com 64 gols, e o principal goleador do Bota no Brasileirão dos pontos corridos, com 28.

Mas desde que chegou ao clube para trabalhar fora das quatro linhas, enfrentou desafios como interino e não foi bem. No entanto, é um dos poucos que conhece o elenco atual, fato esse exaltado por Cláudio Caçapa e Bruno Lage, que fizeram a transição com ajuda do ex-jogador. Além disso, tem o aval dos jogadores.

Agora, Lúcio recebe o time em outro contexto e tem a chance de dar a maior volta por cima e, quem sabe, se tornar campeão na temporada em que poderia ser apenas coadjuvante.

Elogiado por Caçapa e Bruno Lage

Após uma das quatro vitórias de Cláudio Caçapa, que também atuou como interino após a saída de Luís Castro, e foi auxiliado por Lúcio, ele destacou o trabalho do companheiro:

- O Lúcio Flávio está mais próximo e me deu características e coordenadas de todos os atletas. Não é um trabalho só do Cláudio, mas da turma toda - disse Caçapa, ao mencionar a ajuda de teve de Lúcio Flávio.

Na passagem de Lage, o agora interino sempre foi muito elogiado. Seja pelo conhecimento do elenco, como consciência da identidade do Botafogo, desenvolvida por Castro.

Retrospecto em meio à “turbulências”

Essa será a terceira vez que Lúcio assumirá o time como técnico interino. A primeira delas foi em 2021 quando ficou 18 dias no cargo, com o Botafogo já rebaixado, na reta final do Brasileirão de 2020. Em quatro partidas, conseguiu uma vitória e perdeu três vezes. Na época, ele substituiu Eduardo Barroca.

Em 2022, o cenário foi diferente. Após a chegada da SAF e a demissão de Enderson Moreira, foi o treinador interino do Botafogo até a chegada de um novo técnico para o Brasileirão. O auxiliar treinou a equipe em oito partidas do Carioca, teve quatro vitórias, um empate e três derrotas. A equipe chegou até as semifinais do Estadual, mas foi eliminada no último minuto com gol de Cano, contra o Fluminense. Jogo que amarga a memória botafoguense, aliada às derrotas quando o time já estava com o rebaixamento decretado.

Segundo o Espião Estatístico, no total, o treinador tem 13 jogos no comando do Botafogo: são cinco vitórias, um empate e sete derrotas, com 41% de aproveitamento.

Oportunidade de ser protagonista

A trajetória do Botafogo no Brasileirão é histórica e regida por três técnico até agora. Luís Castro esteve à frente do time em 12 jogos, Caçapa em três e, por último, Bruno Lage em dez partidas.

Para o líder do Brasileirão, mudar o mínimo possível é o caminho que levará o clube ao título. Com isso, dá confiança para Lúcio Flávio e Joel Carli trabalharem lado a lado, com a confiança também do elenco.

Agora, restam 13 jogos até 38ª rodada. Se os resultados acontecerem como o esperado, a tendência é que haja a manutenção das “soluções caseiras” no comando. Com isso, Lúcio poderá comandar o time o maior número de partida dos três técnicos que já passaram pelo comando do Alvinegro.

Fluminense e Botafogo se enfrentam neste domingo, às 16h, no Maracanã, em jogo válido pela 26ª rodada do Brasileirão. A equipe tricolor vem de classificação para a final na Conmebol Libertadores ao vencer o Internacional por 2 a 1 na última quarta-feira, em Porto Alegre.