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Sob pressão, Duilio busca metas dentro e fora de campo no último ano na presidência do Corinthians

Sob pressão, Duilio busca metas dentro e fora de campo no último ano na presidência do Corinthians

De título às finanças, presidente terá ano intenso à frente do Timão após queda no Paulistão

São Paulo - Em seu último ano do primeiro mandato como presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves tem grandes desafios a cumprir e metas a atingir para conseguir entregar o cargo ao próximo escolhido não só em alta com a torcida, mas também com objetivos pessoais concluídos.

O principal deles é em relação ao futebol profissional masculino. O cartola precisa ao menos erguer uma taça para evitar uma marca que não é batida há mais de 30 anos: uma gestão presidencial inteira sem títulos.

O último presidente que passou todo seu mandato sem vencer ao menos um campeonato no masculino foi Roberto Pasqua, entre os anos de 1985 e 1987. Desde então, outros seis nomes presidiram o clube em sete mandatos e, em todos eles, ergueram ao menos uma taça.

Tudo isso em meio à pressão interna e também de torcedores. Na última sexta-feira, por exemplo, um grupo pertencente a organizadas invadiu o CT Joaquim Grava e se reuniu com jogadores. A eliminação nas quartas de final do Campeonato Paulista, contra o Ituano, apenas esquentou ainda mais um ambiente que tende a ser turbulento até a próxima eleição.

Essa situação já leva ao segundo desafio do presidente: manter-se alheio ao burburinho político que tomará conta do Parque São Jorge nos próximos meses para conseguir focar no futebol.

Duilio faz parte do grupo Renovação e Transparência, no poder desde 2007 no Corinthians, e que ainda não encontrou um sucessor. O dirigente chegou a cogitar com seus aliados a chance de brigar para concorrer à reeleição, fato que não agrada lideranças do grupo, como o ex-presidente Andrés Sanchez.

Atualmente, é o empresário André Luiz de Oliveira, o André Negão, quem tem feito campanha pela situação, em muitos eventos e momentos acompanhado do próprio Andrés. O nome, porém, ainda não foi definido.

André não é o favorito de Duilio, que, por sua vez, tem dito a pessoas próximas que só quer se envolver com afinco no tema no segundo semestre para conseguir trabalhar pelo clube em paz.

Uma coisa leva a outra

Como numa bola de neve, uma coisa pode acabar levando a outra no Corinthians. Ganhar títulos daria a Duilio mais poder de barganha para evitar uma crise no grupo de situação e ter mais força para emplacar quem “quiser” ou ainda voltar a colocar em pauta o tema da reeleição.

Mas, para ganhar títulos, é possível que o dirigente tenha que ir ao mercado em busca de novos jogadores. E peças capazes de apresentar um futebol competitivo, diferente, por exemplo, do paraguaio Romero, que foi contratado para substituir Gustavo Mosquito e ainda não mostrou a que veio.

O lateral-esquerdo Matheus Bidu, o outro reforço que chegou até o momento, por ora passa longe de mudar o patamar do elenco alvinegro, que em breve será incorporado por Chrystian Barletta, vindo do São Bernardo. Contratar bem para as competições que virão é outro desafio do dirigente.

Fechar a torneira

Como numa balança, para contratar bem, o dirigente também terá de levar em conta os aspectos financeiros do clube. Em que pese ter aumentado a arrecadação e fechado no azul, o presidente ainda não conseguiu abaixar de forma considerável a dívida corintiana.

No fim do ano passado, de acordo com o balanço financeiro, houve uma receita recorde de mais de R$ 700 milhões, mas o endividamento total cresceu em 4%. À época, o clube alegou que justamente uma contratação tinha ajudado a aumentar a dívida: o argentino Fausto Vera (leia mais).

Além disso, até o fim desse mês o Corinthians voltará a pagar as parcelas do financiamento da Neo Química Arena. Aproximadamente R$ 25 milhões terão de ser repassados ao banco estatal só neste primeiro montante. O valor é referente apenas aos juros do empréstimo (leia mais).

Resumo: os desafios da presidência

  • Ganhar um título na gestão (para, inclusive, evitar marca negativa de 1987);
  • Conseguir se blindar do “caos” político do Parque São Jorge x evitar uma crise no grupo Renovação & Transparência por falta de acordo em sua sucessão;
  • Contratar bons reforços para dar gás ao time na Copa do Brasil, Libertadores e Brasileirão;
  • Levar em conta os aspectos financeiros do clube e conseguir abaixar a dívida e pagar contas.

Diretoria polêmica

Duilio, por fim, tem uma pequena crise com as torcidas organizadas para contornar. O presidente é cobrado desde o início de seu mandato por ter escolhido Roberto de Andrade para o cargo de diretor de futebol e, na última sexta-feira, houve uma invasão do CT Joaquim Grava.

Gerir essa crise para evitar que respingue nos jogadores, é uma missão do cartola para os próximos dias. No momento da invasão, Duilio não estava no CT. Ao ge, o diretor chegou a dizer que só sairá do cargo se esse for o desejo da presidência.

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