Venda será de R$ 43,82 milhões, podendo chegar a R$ 61,35 milhões em bônus, e envolverá empréstimo ao Strasburgo, da França; Sport não crava e diz que negociação é complexa

Recife - O Sport acertou a venda do lateral-direito Pedro Lima para o Chelsea, nesta quarta-feira, por 7,5 milhões de euros (R$ 43,82 milhões), em operação que pode render mais 3 milhões de euros (R$ 17,53 milhões) de bônus. A informação, divulgada primeiro pelo jornalista Jorge Nicola, foi confirmada pelo ge através do agente do atleta, Renato Guimarães.

Procurado pela reportagem, o diretor de futebol do Leão, João Marcelo Barros, disse que a negociação é complexa e não confirmou o acerto. Ele, no entanto, conforme apuração do ge, vai para Londres.

Somando o valor fixo da operação e as metas estipuladas, a transferência de Pedro Lima tem chances de bater os R$ 61,35 milhões (na cotação atual), estabelecendo, de longe, a maior venda da história do futebol do Nordeste. O garoto de 17 anos atuará primeiro no Strasburgo, da França.

Moldes do contrato

O vínculo de Pedro Lima com o Chelsea é de quatro anos garantidos, com possibilidade de mais um. De início, o lateral vai para o Strasbourg, da França, e só depois para os Blues, uma vez que precisa completar um sistema de pontuação antes de jogar no futebol inglês.

O que ainda se discute, neste momento, são os bônus que permitiram Lima render mais 3 milhões de euros ao Sport - eles contabilizam convocação à Seleção, participações em competições internacionais, entre outras -, bem como de quando o lateral-direito poderá ir em definitivo à Europa.

Essas metas de milhões, cabe dizer, começariam a valer a partir da atuação da joia rubro-negra no clube francês, e não no Chelsea.

Na prática, entretanto, a transferência de Lima seria concretizada efetivamente a partir de 1 de julho, quando completa 18 anos. Em tese, sendo assim, o jogador reforçaria o Sport na Série B por mais quatro partidas: Mirassol, Novorizontino, Ceará e Botafogo-SP.

Quem é Pedro Lima?

A vida de atleta do paraibano de Cabedelo começou aos sete anos, no projeto Esporte Clube Meninos da Paraíba. Lá, Pedro Lima ficou até o sub-15, empilhando títulos, gols e jogadas à la Neymar. Como uma em que dá um banho no adversário antes de finalizar para o gol, de primeira.

Em oito anos no projeto, conquistou o tetracampeonato paraibano e o bicampeonato brasileiro de futebol de sete. Até a última dança. Quando atuava pelo sub-15, antes de se transferir para o Sport, o garoto terminou artilheiro da Taça Brasil - equivalente ao Brasileiro do futsal -, com nove gols marcados.

No clube pernambucano, no ano seguinte, repetiu o feito, também se consagrando como melhor jogador do campeonato.

Era 16 de agosto de 2021 quando o futsal do Sport e os Meninos da Paraíba entraram em quadra pela Taça Brasil, disputada em Belém, no Pará. Um confronto comum de salão entre as equipes, tidas inclusive como rivais na modalidade.

Os rubro-negros levaram a melhor, vencendo o adversário - depois, se sagraria campeão -, apesar dos esforços movidos por Pedro Lima para evitar a derrota. Ali, o martelo foi batido: o destino do garoto, desejado pelo Leão desde os 11anos, precisava ser a Ilha do Retiro.

Desse dia em diante, entram em cena os personagens principais da história: o técnico de futsal do Sport, Nathan Figueiredo, hoje diretor de esportes olímpicos e amadores, e Carlos Henrique, mais conhecido como Caíca, colaborador do futsal e um dos responsáveis pela chegada da joia.

Com a camisa do Sport, Pedro Lima faturou o Campeonato Pernambucano e o Brasileiro, ambos da categoria sub-16. Naquela época, já intercalava os períodos na quadra com o futebol de campo, em cujo “piso” despertaria atenção muito em breve: campeão estadual sub-17 duas vezes, campeão da Copa do Campeões e campeão da Copa Carpina.

Não demorou para o sucesso na base logo render convocações para a Seleção Brasileira e em seguida para a Copa do Mundo Sub-17 do ano passado, sendo titular nos cinco jogos do Brasil na competição (o time caiu nas quartas de final para a Argentina).

Era o pontapé para os primeiros passos no futebol profissional.

Assim ocorreu. Apoiado pelo comitê gestor do Sport e pelo técnico Mariano Soso, Pedro Lima ganhou chances e, hoje, assegura a titularidade absoluta da posição na lateral-direita. Em 30 partidas, marcou dois gols e deu duas assistências.